Esta notícia foi postada em 28 de maio de 2016
Foto: Mulher participa de ato contra violação de garota carioca no Rio. Créditos Antonio Lacerda EFE
Reações ao estupro coletivo da jovem carioca mostram um país indignado. Fortes movimentos nas redes sociais e reações oficiais vêm à tona enquanto o crime é investigado. As mensagens que circulam são de repúdio à selvageria que chocou o Brasil e o resto do mundo – apesar de muitos terem compartilhado criminosamente as imagens da violência sofrida pela menina em seus perfis pessoais antes do caso explodir. No Facebook, além de um filtro para fotos de perfil que foi disponibilizado com os dizeres “Eu luto pelo fim da cultura do estupro”, circulam convites diversos a manifestações solidárias à jovem carioca e em prol da integridade das mulheres. O mais compartilhado até o momento, com organização de militantes feministas, é o Por Todas Elas – que convoca a sociedade para sair às ruas em 1 de junho em cidades como São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e Rio de Janeiro. Especialmente no Rio, haverá uma agenda quase diária de atos a partir desta sexta, 27 (na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), até o sábado 4 de junho (na estação do sistema de transporte BRT de Santa Cruz, na zona oeste).
Veja matéria fornecido por Estadão Em depoimento à Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI) da Polícia Civil, a adolescente de 16 anos disse que não conhecia nenhum dos agressores
RIO – A adolescente de 16 anos que foi vítima de um estupro coletivo voltou a usar as redes sociais na madrugada deste sábado, 28, para refutar acusações de que ela busca apenas atrair atenção com sua história. A jovem ainda pediu que parem de culpá-la pela violência sofrida. “A culpa nunca é da vítima”, escreveu.“Não eu não quero mídia, não não fui eu que postei fotinha (sic) muito menos vídeo! Então parem de me culpar quem errou e procurou não fui eu!”, disse a menina, que relatou ter sido atacada por 33 agressores.
Ontem à noite, um homem identificado como Ray de Souza confessou ter gravado um vídeo da adolescente após ter tido relações sexuais com ela. Depois, mandou as imagens para um amigo por meio do WhatsApp.
O caso ocorreu no fim de semana passado, mas só na terça, 24, a polícia ficou sabendo do vídeo.Souza chegou ontem à Cidade da Polícia, sede das delegacias especializadas na zona norte do Rio, junto com Lucas Duarte Santos, de 20 anos, jogador do Boavista (clube da primeira divisão do Campeonato Carioca) e até então apontado como namorado da vítima, e uma jovem não identificada.
De acordo com o advogado de Santos, Eduardo Antunes, seu cliente contou que, após participar de um baile funk, dois casais (Lucas Santos, Ray de Souza, a jovem que prestou depoimento e a vítima do estupro) se reuniram em uma casa abandonada no Morro da Barão, na Praça Seca, zona oeste. A adolescente de 16 anos teria tido relações sexuais com Souza. No mesmo local e momento, Santos teria tido relações com a outra jovem.
O advogado afirmou que os três teriam deixado a adolescente na casa e que não podiam dizer se houve estupro em seguida.Ontem à noite, a Polícia Civil realizou uma operação na Praça Seca para localizar a casa onde teria ocorrido o estupro coletivo. O local foi isolado para a realização de perícia.