MTST se revolta e bloqueia Régis Bittencourt em Taboão contra prisão de Suplicy


Integrantes do MTST bloquearam  com queima de pneus a rodovia Régis Bittencourt, na pista sentido de Embu  ao centro de Taboão da Serra, motivo do  protesto o movimento ficou contra a prisão do ex-senador Eduardo Suplicy, durante uma reintegração de posse na região do João XXIII, na capital, perto do limite com Taboão da Serra. Alem da queima de pneus os manifestantes  jogaram   pedaços de pau na pista formando uma cortina de fumaça densa no local. Protestos contra a prisão do ex-senador foram registrados em outros locais

Clique no link abaixo  veja o vídeo

 
 
 
O ex-senador Eduardo Suplicy apoiava as famílias que se manifestavam contra ordem de despejo na ocupação Terra Pelada, no Jardim Raposo Tavares, quando viu a PM se aproximando. Os policiais investiam contra os manifestantes trazendo uma escavadeira.
Independentemente das razões alegadas para a desocupação citarem que as residências dos manifestantes haviam sido construídas em uma área em que havia risco de deslizamentos, a intenção de Suplicy ao se deitar no chão no caminho da tropa não era impedir o cumprimento da ordem judicial de reintegração de posse, mas evitar um confronto com brucutus fardados que não diferenciam cidadãos que defendem suas moradias de bandidos perigosos.
É mais do que pertinente a razão alegada por Suplicy para se deitar no caminho da tropa de feras fardadas que vinha em direção aos manifestantes pobres e desesperados por estarem para ser jogados no meio da rua, já que a proposta de auxílio aluguel feita a eles certamente não lhes garantia conseguir um lugar para morar, pois esse tipo de “auxílio” costuma ser pífio.
 
 
Eis a explicação do ex-senador pelo PT de São Paulo para ter agido como agiu

“A hora que vi que havia um grupo de policiais militares avançando com escudos e uma escavadeira (…) e aqui estavam pelo menos 80 moradores e começou a haver um encontro entre aquelas pessoas e os policiais (…) fiquei com receio de que houvesse uma cena de violência quase incontrolável. Daí falei: Vou me deitar aqui para evitar qualquer violência”
Vídeos mostram o comportamento da PM, que ignorou a representatividade de um ex-senador da República e, em vez de pedir a ele para negociar, o agarrou como a um saco de batatas.
O comandante da tropa poderia ter negociado com Suplicy uma reunião e, após lhe dar garantias de estender a operação de reintegração de posse o quanto fosse necessário, até que os moradores fossem convencidos a se conformar com o inevitável, certamente haveria um desfecho menos indigno para os que foram expulsos e para quem os defendeu.
Operações de reintegração de posse como essa, não nos surpreendem. Sempre primam pelo desrespeito aos direitos humanos e pela insensibilidade com famílias inteiras atiradas no meio da rua sem eira nem beira, mas o desrespeito da PM a um homem de vida inatacável e que por tanto tempo representou no Congresso parcela tão expressiva dos paulistas, mostra o clima de autoritarismo que vige hoje no Brasil.
País em que um homem como Suplicy é tratado dessa forma é o mesmo país em que pessoas são presas e execradas publicamente por suas convicções religiosas, como foi o caso dos presos por “terrorismo”.
Não faltaram comparações com a liberdade e as regalias concedidas a bandidos como Eduardo Cunha enquanto outro Eduardo, o Suplicy, é tratado como um animal, mas não sei se são apropriadas. Se Suplicy fosse acusado de corrupção, seria respeitado. O que não pode é defender pobre. Aí, o “crime” é grave.
A imagem de Suplicy sendo tratado daquele jeito simboliza um país em que o Estado de Direito e as garantias constitucionais valem cada vez menos. Simboliza o retrocesso político, institucional e democrático que se abateu sobre o Brasil.
 
O naufrágio da democracia brasileira se faz representar por essa imagem forte, dolorosa e revoltante produzida no primeiro dia útil desta semana. A semana mal começou e já começou mal.

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