O prefeito Fernando Fernandes (PSDB) recebeu pela segunda vez uma comissão de moradores que invadiu um terreno no Pq. Laguna, em Taboão da Serra, há pouco mais de um mês. A reunião aconteceu na tarde desta terça-feira, dia 12, após o grupo se mobilizar para realizar um protesto na rodovia Régis Bittencourt. A notícia de que haverá reintegração de posse ocasionou a mobilização.
A reintegração de posse do terreno foi adiada pela Justiça por pelo menos mais 20 dias, para que aja tempo das famílias retirarem seus pertences. O grupo que ocupou o terreno quer que a prefeitura desaproprie a área e construa apartamentos de moradia social. O prefeito Fernando Fernandes não se manifestou sobre a reunião.
Segundo Pato, um dos organizadores do movimento, nenhuma decisão será tomada de forma isolada até as famílias serem comunicadas e todos entrarem em consenso. “Nós não iremos agir no calor da emoção, iremos pedir o apoio do povo e seguiremos de cabeça erguida. Nosso advogado vai está trabalhando em prol das famílias, e vamos ver o que vai acontecer durante esses 20 dias, por que nosso movimento é pacifico”, falou.
Após a reunião, o grupo cancelou o protesto que estava programado para acontecer na tarde desta terça-feira. Segundo informações dos organizadores, eles se iriam se reunir e decidiriam se iriam para outro terreno, ou ocuparia a parte de cima que pertence a São Paulo.
No local, segundo líderes do movimento, existem mais de duas mil famílias de Taboão da Serra cadastradas. Não é só no município que vem registrando invasões em terrenos particulares. Desde o começo de maio, cerca de mil famílias também viviam em barracos improvisados em um terreno em Embu das Artes, nas margens da Rodovia Régis Bittencourt.
De acordo com o advogado do movimento sem-teto, Luiz Justino, o proprietário do terreno quer transformar uma área que pode estabelecer aproximadamente cinco mil famílias em área industrial. “Nossa preocupação que se cumpra a lei, no sentido de proteger as pessoas que ali estão, ou seja, que não haja uma desocupação violenta e povo tem que ser tratado com respeito”, disse.
Mês passado, a Polícia Militar e Rodoviária Federal realizam uma reintegração de posse no local. Na ação alguns barracos foram incendiados, mas não houve resistência e nem confronto na ocasião. Algumas famílias que deixaram o terreno em Embu das Artes acamparam na invasão do Pq. Laguna.