“Eu não sou mais um ser humano. Eu sou uma ideia.” A frase do discurso de Luiz Inácio Lula da Silva antes da prisão, no palanque do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, já se tornou célebre, como estava programado. Mas o símbolo deste momento para a história não foi o discurso, e sim a imagem feita de cima, em que aquele que acabara de se lançar não como candidato, mas como lenda, parece se transubstanciar na multidão: “Esse país tem milhões e milhões de Lulas”
A prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP), em 07 de abril de 2018, por crimes comprovados, sem dúvidas foi um fato que ocupará “páginas douradas” nos futuros livros de história. Além de tratar-se do primeiro ex-presidente julgado, condenado e preso por crimes comuns na história do Brasil, tratou-se também da prisão da maior liderança política do País na atualidade.
O fato dividiu a nação e a opinião pública, mas nos trouxe de volta a ideia de que NINGUÉM está acima das leis no Brasil.
Entretanto, um dos questionamentos que vêm nas mentes daqueles que foram favoráveis à prisão de Lula é: Até onde tal fato é motivo para comemoração, quando a consciência denuncia que a cultura de corrupção continua impregnada na sociedade, desde o mais simples cidadão à maior autoridade do País, bem como a impunidade ainda é uma realidade devido a morosidade da Justiça e ao foro privilegiado?
Daí vem um choque de realidade e se percebe que diante da situação gravíssima na qual se encontra o Brasil, seja no campo político, jurídico, econômico, social ou cultural, a prisão de Lula é muito pouco para se comemorar.
Na Presidência da República, depois de ardilosas manobras, permanecesse um usurpador de poder, de caráter igual ou pior que o do ex-presidente Lula, Michel Temer (MDB-SP), o qual, segundo a Constituição Federal de 1988, também deveria estar preso e condenado a muitos anos de cadeia por diversos crimes praticados, inclusive delatados e denunciados.
Na Câmara e no Senado Federal, permanecem dezenas figuras iguais ou piores que o ex-deputado federal Eduardo Cunha (MDB-RJ), um elemento altamente corrupto e dissimulado que também está preso. Para exemplificar, nada mais adequado do que citar o senador Aécio Neves (PSDB-MG), flagrado em escuta telefônica da Polícia Federal pedindo milhões em propina e falando em queima de arquivo.

No Supremo Tribunal Federal (STF), ditos “guardiões da Constituição”, (sem data vênia) ministros de condutas imorais, do tipo de Gilmar Mendes, que interpreta a Constituição Federal a seu bel-prazer e conveniência, causando repulsa na sociedade.
Nas TVs, nas rádios e nos jornais impressos e virtuais, uma mídia comprometida com interesses escusos, seja pessoal de cada veículo ou daqueles que os financiam para tirarem proveitos políticos e empresariais.
Na “base da pirâmide” uma sociedade dividida entre direita e esquerda, ricos e pobres, gays e héteros, disseminando ódio uns contra os outros e ensaiando uma guerra civil sem causa nobre.
Nos quartéis, generais preparando suas tropas, de olhos nos “termômetros”, medindo o apoio popular, midiático e considerando a possibilidade de uma nova intervenção, se assim se chegar a um entendimento de que é conveniente.

Enfim a nação caminha sem rumo e o futuro é incerto. A visão de muitos é míope, a esperança de dias melhores é pouca e a consciência de responsabilidade cidadã é menor ainda
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