O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciou que pretende abrir mão de seu mandato e permanecer nos Estados Unidos de forma indefinida. Em entrevistas recentes, ele afirmou que não retornará ao Brasil enquanto o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tiver poder para, segundo ele, "prendê-lo" .
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2025/E/s/Aj0cLFRD2WFHI3pbeEww/84345665-president-trump-meets-with-brazils-minister-of-foreign-affairs-president-donald-j-tru.jpg)
Eduardo está nos EUA desde março de 2025, quando tirou licença da Câmara dos Deputados. Ele alega estar sendo perseguido politicamente e teme ser preso injustamente caso volte ao Brasil. Segundo o deputado, seu trabalho de articulação com a direita internacional nos EUA é mais relevante do que o que poderia fazer no Congresso brasileiro .
Além disso, Eduardo é alvo de um inquérito autorizado por Moraes a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que investiga sua atuação junto a autoridades americanas para impor sanções a membros do STF, da Polícia Federal e do Ministério Público. A PGR o acusa de tentar coagir o Judiciário e de atentar contra o Estado Democrático de Direito .
Apesar de cogitar a renúncia, Eduardo também mencionou a possibilidade de uma mudança no regimento da Câmara que permitiria o exercício remoto do mandato em casos excepcionais — algo que ainda não está em discussão oficial.
A decisão de Eduardo Bolsonaro de abrir mão do mandato e permanecer nos Estados Unidos tem implicações políticas significativas tanto no cenário nacional quanto internacional. Aqui estão os principais desdobramentos:
1. Impacto na Direita Brasileira
- Vácuo de liderança: Eduardo era uma das figuras mais influentes da ala bolsonarista na Câmara. Sua saída enfraquece a articulação política da direita mais radical no Congresso.
- Reorganização interna: A ausência pode acelerar disputas internas por protagonismo dentro do grupo bolsonarista, especialmente com vistas às eleições de 2026 .
2. Repercussões Jurídicas e Institucionais
- Renúncia e perda de foro privilegiado: Ao abrir mão do mandato, Eduardo perde o foro por prerrogativa de função, o que pode facilitar o avanço de investigações contra ele em instâncias inferiores .
- Possível pedido de asilo político: Ele estuda pedir asilo nos EUA alegando perseguição política. Se aceito, isso pode gerar tensões diplomáticas entre Brasil e EUA.
3. Relações Internacionais
- Aproximação com a direita americana: Eduardo tem buscado apoio entre republicanos e aliados de Donald Trump. Ele já participou de fóruns conservadores e pediu sanções contra autoridades brasileiras com base na Lei Magnitsky .
- Críticas ao Judiciário brasileiro: Sua permanência nos EUA tem sido usada como plataforma para denunciar o que ele chama de “autoritarismo judicial” no Brasil, o que pode afetar a imagem internacional do país .
4. Precedente institucional
- Mandato exercido do exterior?: Eduardo chegou a cogitar manter o mandato remotamente, o que não é permitido pelo regimento da Câmara. Isso levanta debates sobre modernização das regras parlamentares, mas também sobre os limites da representação política.
5. Efeitos eleitorais
- 2026 no horizonte: A decisão pode ser estratégica. Ao se posicionar como “exilado político”, Eduardo pode tentar capitalizar apoio da base bolsonarista e se fortalecer para uma eventual candidatura futura, inclusive presidencial .