Em tentativa de ocupação de um terreno Homem é morto durante confronto com guardas municipais em Taboão da Serra

Por Prof. Franco - jornal Praticidade

Homem morre durante tentativa de ocupar terreno em Taboão da Serra.  A Polícia Civil de Taboão da Serra vai investigar a morte e  Prefeitura diz que será feita perícia em armas de guardas. Segundo informações   um  rapaz de 22 anos,  Fernando Neris Ferraz foi baleado e morreu no hospital. Consta que durante uma confusão envolvendo guardas civis do município.

Veja os vídeos com depoimento no Portal do G1

Eles tentavam impedir que um grupo de aproximadamente cem pessoas invadisse um terreno, fato esse que ocorreu na madrugada deste domingo (3). 



     Foto: Reprodução: Facebook

 Em nota, a prefeitura diz que os guardas encontraram barricadas quando chegaram ao terreno, no Jardim Record. Eles teriam tentado fazer com que o grupo deixasse o local, mas acabaram atingidos por paus e pedras. Um dos agentes ficou ferido e dois carros  tiveram os vidros quebrados. Após isso, os GCMs teriam dados tiro de alerta. A prefeitura diz que foram usadas balas de festim. Porém, os agentes também tinham munição letal. O terreno que o grupo queria invadir é público e está em um bairro onda há diversas áreas invadidas. A prefeitura lamentou o ocorrido e disse que vai colaborar com as investigações. O município, no entanto, não informou se os guardas envolvidos na confusão continuam nas ruas.

A tentativa de ocupação de um terreno na madrugada deste domingo (3) terminou com a morte do metalúrgico Fernando Neris Ferraz, de 22 anos. O caso ocorreu no Jardim Record, em Taboão da Serra, na Grande São Paulo. Ferraz foi atingido por um tiro durante a ação de agentes da Guarda Municipal que buscavam impedir a ocupação do terreno. Não se sabe dizer se o disparo foi feito pela própria GCM ou alguém que estava no local. Todos os GCMs disseram que fizeram apenas disparo de alerta, para o alto"Daniel Borges, secretário de Comunicação de Taboão.
 
O tumulto entre cerca de 100 sem-teto e 12 guardas municipais ocorreu por volta da 1h30. A Prefeitura de Taboão diz que os sem-teto reagiram e atacaram os guardas, mas que ainda apura a origem do tiro. Testemunhas negam confronto, dizem que a Guarda Municipal reprimiu a ocupação e que o disparo partiu de uma agente da corporação.  Segundo Karine Pereira Santos, mulher da vítima, o marido avisou que iria participar da invasão e deixou o imóvel alugado onde moram às 10h44.  Ela conta que só soube no meio da madrugada do assassinato. "Às 3h recebi a notícia que ele tinha sido baleado. E o pior de tudo, por uma policial", disse Karine (veja vídeo com depoimento de Karine abaixo).
 

 
Foto: Reprodução: Globo News

Juntamente com o irmão e amigos, Ferraz tinha se juntado recentemente a um grupo de luta por moradia. De acordo com eles, essa foi a primeira participação deles em uma atividade. "Tá era errado (invadir), mas ninguém escolhe isso. Não é fácil pagar aluguel. Não é fácil viver a vida que a gente vive. Ele não foi lá porque ele era um vagabundo. Ele era um trabalhador, só queria uma oportunidade", desabafou Karine.
Na porta da delegacia, ela segurava quatro cápsulas deflagradas e relatava que elas foram recolhidas no local onde o marido foi morto, segundo ela, por uma guarda civil.
"Até falam muito que eu sou ciumenta, que eu prendia muito ele. E na primeira oportunidade que ele teve de fazer alguma coisa, se foi, assim de um jeito tão ruim", afirmou Karine.
Ferido com tiro
O pintor Diego Arcanjo Gabriel também apontou uma agente da Guarda Civil como responsável pelo disparo. Ele acredita que o mesmo tiro que matou Ferraz o atingiu antes de raspão. Ele esteve nesta tarde na delegacia prestando depoimento.
 

 
Foto: Reprodução:  G1 leia mais clicando aqui

Irmão do metalúrgico assassinado, o jovem Diego Neri Ferraz conta que estava no terreno quando houve a ação da Guarda Municipal. "Não teve confronto. Eles já chegaram atirando. Primeiro atiraram bomba de efeito moral, todo mundo saiu já com o olho ardendo, todo mundo reclamando, se afastou", conta Diego Ferraz.

"Depois, juntou todo mundo novamente e eles voltaram revidando com bala de borracha. Aí a população começou a jogar pedras neles. Eles começaram a atirar com revólver para cima. Quando a gente foi olhar meu irmão já estava baleado", afirma Diego Ferraz.

Secretário diz que apura disparo

O secretário de Comunicação da cidade, Daniel Borges, disse está sendo apurado de onde partiu o tiro. “Não se sabe dizer se o disparo foi feito pela própria GCM ou alguém que estava no local. Todos os GCMs disseram que fizeram apenas disparo de alerta, para o alto”, disse.
 
Daniel Borges afirmou que a maioria dos guardas disparou tiros com balas de festim para tentar dispersar o grupo. Ele disse, no entanto, que os guardas possuem armamento letal, por isso foi realizada perícia para verificar a presença de pólvora nas mãos dos envolvidos e as armas estão em posse dos responsáveis pela investigação do caso.
Cápsulas reunidas por mulher da vítima de assassinato durante invasão de terreno em Taboão. (Foto: Reprodução/Globo News)
Cápsulas reunidas por mulher da vítima de assassinato durante invasão de terreno em Taboão. (Foto: Reprodução/Globo News)
 
Ocupação de área municipal

 O terreno pertence à Prefeitura e fica ao lado de uma Unidade Básica de Saúde e de uma escola. O grupo tentou ocupar a área por volta das 8h30 deste sábado (2) e a GCM já havia retirado as pessoas do local. Por volta da 1h, segundo a Prefeitura, guardas passavam pela região quando flagraram uma nova tentativa de invasão. Foi pedido reforço e cerca de meia hora depois começou o tumulto.

 “Houve confronto, eles jogaram pedras, paus, quebraram uma viatura, um GCM foi ferido”, disse o secretário. O caso será investigado pelo 1º Distrito Policial da cidade. Segundo a Prefeitura, não havia mais nenhum sem-teto no terreno neste domingo. Guardas fazem a segurança da área, que deve ser utilizada para a construção de um novo equipamento público.

A Polícia Militar disse que não há registro de que ela tenha sido acionada para a ocorrência.  

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