Gilmar e Odair usaram um carro vermelho que, depois do crime, foi incendiado para tentar apagar vestígios. O veículo foi encontrado no Rodoanel em Osasco (Grande SP). Já Jefferson foi o responsável por auxiliar Gilmar e Odair na fuga, de acordo com o MP. Gilmar está preso. Ele aceitou fazer uma colaboração premiada, na qual confessou participar do crime e delatou os outros envolvidos na farsa. Em troca, no caso de condenação, ele terá abatimento da pena.
Odair e Jefferson estão foragidos e são procurados pelas autoridades. Segundo o MP, Anderson da Silva Moura, o “Gordão”, e Cloves Reis de Oliveira são os intermediários, os contratantes dos executores para o ataque forjado. Anderson está preso, em caráter preventivo, mas nega envolvimento no caso. Cloves está solto e é também procurado. De acordo com a denúncia, Gilmar, Odair, Anderson e Cloves receberiam R$ 500 mil pelo atentado falso – dividiriam o dinheiro entre eles.
Os cinco são denunciados por quatro tentativas de homicídio qualificado (motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima, uso de arma de uso restrito e perigo comum por pôr mais vidas em risco), adulteração de veículo e associação criminosa. Anderson responde ainda por lavagem de dinheiro. No ataque malfadado, seis tiros perfuraram a lataria e o vidro do carro. Dois (fragmentos) atingiram o ombro esquerdo e a clavícula do político, que sobreviveu.
O videomaker filmou Aprígio sangrando no carro. Em menos de 30 minutos, a equipe do prefeito divulgou nas redes sociais e à imprensa um vídeo editado do ataque. Segundo Gilmar, o grupo queria causar comoção para Aprígio se reeleger. Mesmo assim, ele perdeu a disputa para Engenheiro Daniel (União). Sobre o plano, o delator contou que Anderson e Cloves recebiam informações de um funcionário da prefeitura muito próximo a Aprígio, que falava ser secretário de Obras.
A investigação segue e busca identificar os mandantes. Entre os 15 suspeitos investigados pela polícia e pelo MP, estão três secretários municipais de Aprígio à época, Valdemar Aprígio (Manutenção), irmão do então prefeito, José Vanderlei dos Santos (Transporte) e Ricardo Rezende (Obras). Também o sobrinho de Aprígio, Christian Lima Silva, e o presidente da cooperativa fundada por Aprígio, Hélio Tristão, que era o coordenador-geral da campanha do então candidato.
O próprio Aprígio é investigado. Gilmar afirmou que o então prefeito sabia do falso atentado e deu o dinheiro para compra do fuzil usado no crime (R$ 85 mil). Em 17 de fevereiro, a Polícia Civil e o MP fizeram a “Operação Fato Oculto” e apreenderam R$ 300 mil na casa de Aprígio. A defesa nega participação dele no caso e disse que o valor encontrado é legal e já foi devolvido. Aprígio foi ouvido no início deste mês na delegacia de Taboão e voltou a negar qualquer envolvimento.
Trecho do depoimento diz que Aprígio falou “que conhece como funciona uma eleição municipal, e nunca contrataria uma pessoa para atentar contra sua própria vida para criar um fato relevante capaz de alavancar sua candidatura a prefeito”, e “que se alguém do seu secretariado o fez, fez sem seu conhecimento”. Até agora, Aprígio e nenhum dos então secretários ou outras pessoas citadas além dos cinco denunciados foram responsabilizados por algum crime no caso.
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