Prof. Franco - Explica: A ilusão do “dinheiro fácil” e o desafio de reconectar os jovens com o valor do trabalho

Vivemos tempos em que muitos jovens parecem cada vez mais distantes da ideia tradicional de trabalho. Em vez de buscar uma profissão, qualificação ou estabilidade, uma parcela significativa da juventude tem se encantado com promessas de dinheiro fácil, como os jogos de azar online — popularmente conhecidos como “tigrinho” — ou com a busca incessante por fama nas redes sociais, muitas vezes por meio de conteúdos vazios ou apelativos.

Essa realidade não pode ser ignorada. Ela revela uma crise mais profunda: a do sentido do trabalho na vida das novas gerações. Afinal, o que leva tantos jovens a preferirem arriscar tudo em um clique, em vez de construir uma trajetória profissional sólida?

A resposta não é simples. Por um lado, há um mercado de trabalho cada vez mais precarizado, com salários baixos, jornadas exaustivas e poucas perspectivas de crescimento. Por outro, há uma sociedade que valoriza o consumo, o sucesso instantâneo e a ostentação, muitas vezes promovida por influenciadores digitais que vendem uma vida de luxo como se fosse acessível a todos — desde que você “acredite” ou “invista no jogo certo”.

O problema é que, na maioria das vezes, o “dinheiro fácil” cobra um preço alto. Os jogos de azar, como o “tigrinho”, são estruturados para enriquecer quem os oferece, não quem joga. E as redes sociais, embora possam ser ferramentas poderosas de expressão e empreendedorismo, também podem aprisionar em uma busca constante por curtidas, seguidores e validação.

É urgente resgatar o valor do trabalho como instrumento de dignidade, autonomia e transformação social. Isso passa por políticas públicas que garantam oportunidades reais de emprego e formação para os jovens, mas também por uma mudança cultural. Precisamos mostrar que o sucesso verdadeiro não está apenas no dinheiro, mas na construção de uma vida com propósito, ética e contribuição para a sociedade.

A juventude brasileira é criativa, potente e cheia de sonhos. Cabe a todos nós — educadores, famílias, lideranças comunitárias e gestores públicos — oferecer caminhos reais para que esses sonhos não sejam sequestrados por ilusões perigosas.

Arte criada: três jovens conectados ao celular, rodeados por ícones das redes sociais Instagram, Facebook e TikTok, com notas de dinheiro flutuando ao redor. À direita, uma balança simboliza a escolha entre “Trabalho” e “Apostas”, destacando o dilema atual da juventude entre buscar estabilidade profissional ou se arriscar em jogos e fama digital.

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